sexta-feira, 20 de março de 2015

Conversando Com mais Três




Dentro da Música de Câmara, uma das formações mais tradicionais é, sem sombra de dúvidas, o Quarteto de Cordas. Um quarteto de cordas é formado por dois violinos, uma viola e um violoncelo e dessa forma, essa formação engloba uma gama de timbres e tessituras. Por conta da idade (esses instrumentos existem desde o século XVI) e da versatilidade dos instrumentos de cordas, essa formação é frenquentemente utilizada pelos mais diversos compositores ao comporem obras para pequenos grupos.
Alguns dos mais ilustres compositores da história da música também possuem uma ampla obra para quarteto de cordas, como Mozart, Beethoven, Brahms, Bartók, Shostakovitch e Villa-Lobos. Durante o Romantismo (século XIX) o protagonismo da Orquestra Sinfônica e do Piano pode ter sido um motivo para uma menor exploração dos recursos e potenciais do quarteto de cordas (a maioria dos compositores românticos compôs pouco para esse grupo camerístico), mas no século XX, a filosofia de redescobertas e experimentação do período trouxe à tona novamente os potenciais de um quarteto de cordas.
Assim como estamos bem servidos de obras para quarteto, consequentemente grandes intérpretes dessas composições estão e estiverem presentes no mundo da música, como os quartetos Alban Berg, Borodin e o Amadeus.
De todas as obras para este grupo, as que possuem hístoria e qualidade mais interessantes são, com toda a certeza, os Últimos Quartetos de Beethoven, que são cinco quartetos impressionantemente revolucionários e geniais. Esses quartetos surpreendem principalmente pela ousadia composicional, tanto nas melodias quanto nas formas e harmonias. Dentre os cinco, destaca-se o Opus 130, cujo último movimento foi posteriormente separado do resto da obra pelo próprio Beethoven, tamanha a complexidade e grandiosidade do mesmo.
Esse último movimento passou a se chamar A Grande Fuga em Si bemol Maior, Opus 133 e foi efusivamente menosprezado e criticado pelos estudiosos da época, que diziam que Beethoven (que já estava surdo), por não conseguir ouvir o que escrevia, não percebia o quão “errado” era o que compunha. Mas o fato é que a surdez  de Beethoven não atrapalhou em nada suas habilidades composicionais, apenas fez com que ele não pudesse ouvir os críticos que não o compreendiam, assim podendo compor aquilo que quisesse, e quem sabe aquilo que sempre sonhou, sem se preocupar com aqueles que ainda não eram capazes de compreender sua música.
E é com essa obra ímpar na hístoria da música que fechamos esse post: a Grande Fuga em Si Maior, executada pelo magnífico quarteto Alban Berg:



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